quarta-feira, 3 de agosto de 2011

OS NOVOS CAMPEOES....


 
Os títulos das selecções jovens alemãs (Sub-17, sub-19, sub-21). O nascer de um novo estilo?





Quando se tenta recordar os seus tempos de jogador, nos anos 80, ele surge sempre a cabecear nas alturas e esmagando algum defesa. Hrubesch foi um dos pontas-de-lança mais possantes e temíveis numa época em que a Alemanha, e o seu estilo de futebol-força, mandava na Europa. Os tempos mudaram, entretanto. A força, por si só, já não ganha jogos, e o futebol alemão (selecção e clubes) sentiu esse abalo, até ao nível das suas gerações seguintes, menos talentosas e algo indefinidas em termos de um estilo claro. Sentia-se, porém, a tentação de ganhar maior qualidade técnica. As selecções jovens são o melhor ponto de referência dessa evolução. Depois da vitória no Euro Sub-19 em 2008 (com a equipa de Sukuta-Pasu, Gebhart e Naki, nomes de atacantes para fixar), a Alemanha conquistou, em 2009, o Euro Sub-17 e, esta semana, o Euro Sub-21, onde rever, duas décadas depois, como treinador dessa equipa, Hrusbesch (que já orientara os Sub-19) é quase como fazer a ponte entre essas duas épocas, tentando respeitar o melhor das duas.
 
A forma como atropelou na Final a Inglaterra de Walcott (4-0), revelou, também, visão táctica na forma como durante o torneio mexeu várias vezes no sistema. Partiu do 4x4x2, com dois médios-centro à frente da defesa, espaço onde se destacaram Aogo, mais posicional, e Khedira, o elemento mais forte nas transições, como se viu no jogo da Final, onde, após ler o onze inglês, Hrubesch surgiu num 4x5x1, versão 4x1x4x1, com um trinco (Hummels) atrás uma linha de quatro, com Khedira a gerir as subidas e descidas do sector toda a largura do terreno, na zonas das transições, matando a dinâmica do meio-campo inglês, sempre no 4x4x2 mais clássico. No primeiro jogo, com a Espanha, jogara em 4x2x3x1. Em todas as opções, jogou sempre com alas bem abertos, com Castro (que também joga no meio) Jonhson e/ou Marin sempre muito perigosos. Só um dos laterais subia no terreno, Beck, no lado direito. Como craque que desequilibra, o exótico Ozil, nas costas de um avançado solitário, Dejagh (como na meia-final contra a Itália, em 4x4x1x1 ou, como na Final, apoiando Wagner).
 
Na filosofia de jogo, em qualquer sistema, detecta-se ainda a opção por bolas em profundidade no inicio de construção. Mantêm as faixas sempre bem completas, procurando sempre situações de dois-para-um, quer a atacar com a defender.
 
Ozil e Marin, médios que se tornam, avançados, são os dois nomes mais criativos desta geração teutónica Sub-21 para seguir no futuro. Metem imaginação na sua já tradicional maior dimensão física do jogo e, nessa mescla, cruzam os dois tempos do futebol alemão, sob a batuta do panzer-treinador Hrusbesch. 

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