sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Do helicóptero a Ferrari: Vitorino fala das diferentes experiências Vividas no mundo do futebol

O técnico Leonardo Vitorino, que atua no Al Gharafa, do Qatar, há quatro temporadas, teve a oportunidade de trabalhar em diferentes escolas do futebol mundial, colecionando experiências no tocante ao trabalho de formação na base, se tornando uma referência no assunto. Ao longo de sua vitoriosa carreira, o brasileiro teve passagens pelas seleções de base dos Estados Unidos, Austrália, Trinidad e Tobago e por times profissionais em Angola, alguns do Rio de Janeiro e outros no Espírito Santo, além do Qatar.

“Em cada país por onde passei, vivi experiências marcantes e inesquecíveis. Já cheguei a ter que viajar de helicóptero, em Angola, para jogar em uma nação, por outro lado, já vi jogadores terem como atrativo no clube apenas o café e o almoço, assim como já vi chegarem de Ferrari para treinar. Nos Estados Unidos os jogadores eram escolhidos em competições escolares, já em Angola, a seleção de novos atletas ocorria nos campos de areia, localizados nos bairros; enquanto aqui no Qatar, temos que ir às escolas, pois os jogadores não vêm aos clubes para treinar”, explica Vitorino, que sempre participou de clínicas, curtos e palestras sobre futebol, em todas as suas vertentes, sempre procurando crescimento e aperfeiçoamento profissional.
“Para cada país e cada clube é preciso criar atrativos diferentes para que o jogador de qualidade seja captado. Hoje, no mundo a concorrência é muito grande entre os clubes, então o diferencial fica sendo estrutura, profissionais que ministram os treinos e, principalmente, o desempenho do time principal”, acrescenta o brasileiro.
Segundo Leonardo, no Brasil a grande dificuldade dos jogadores da base é a locomoção até o local dos treinamentos, pois muitos enfrentam horas de ônibus ou trem até chegar ao clube. “Isso faz com que muitos jovens não rendam o esperado durante os jogos e treinos. Ou, o que é pior, estes jovens acabam deixando de treinar por causa desta enorme dificuldade”, adverte Leonardo.
“Aqui no Qatar, já foi criado uma estratégia: o clube comprou vans e fez com que os atrasos, desgaste e as despesas de transporte com jogadores fossem eliminadas. Para o futebol brasileiro, eu possuo algumas ideias que podem eliminar também esse gasto, mas prefiro esperar para falar sobre isso quando eu estiver de volta”, observa o treinador.
Durante o evento ‘Aspire4Sport in Doha’, ocorrido recentemente no Qatar, Leonardo conversou com o presidente do FC Barcelona, Sandro Rosseli, que explicou como acontece a captação dos jogadores para a base do clube. “Possuímos uma rede de observadores que analisam o potencial dos jogadores. Aqueles que podem fazer parte do clube são contatados e a eles são oferecidos diferenciais que não são financeiros, mas sim estruturais para o jogador e sua família”, lembra.

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