“Em cada país por onde passei, vivi experiências marcantes e inesquecíveis. Já cheguei a ter que viajar de helicóptero, em Angola, para jogar em uma nação, por outro lado, já vi jogadores terem como atrativo no clube apenas o café e o almoço, assim como já vi chegarem de Ferrari para treinar. Nos Estados Unidos os jogadores eram escolhidos em competições escolares, já em Angola, a seleção de novos atletas ocorria nos campos de areia, localizados nos bairros; enquanto aqui no Qatar, temos que ir às escolas, pois os jogadores não vêm aos clubes para treinar”, explica Vitorino, que sempre participou de clínicas, curtos e palestras sobre futebol, em todas as suas vertentes, sempre procurando crescimento e aperfeiçoamento profissional.
“Para cada país e cada clube é preciso criar atrativos diferentes para que o jogador de qualidade seja captado. Hoje, no mundo a concorrência é muito grande entre os clubes, então o diferencial fica sendo estrutura, profissionais que ministram os treinos e, principalmente, o desempenho do time principal”, acrescenta o brasileiro.
Segundo Leonardo, no Brasil a grande dificuldade dos jogadores da base é a locomoção até o local dos treinamentos, pois muitos enfrentam horas de ônibus ou trem até chegar ao clube. “Isso faz com que muitos jovens não rendam o esperado durante os jogos e treinos. Ou, o que é pior, estes jovens acabam deixando de treinar por causa desta enorme dificuldade”, adverte Leonardo.
“Aqui no Qatar, já foi criado uma estratégia: o clube comprou vans e fez com que os atrasos, desgaste e as despesas de transporte com jogadores fossem eliminadas. Para o futebol brasileiro, eu possuo algumas ideias que podem eliminar também esse gasto, mas prefiro esperar para falar sobre isso quando eu estiver de volta”, observa o treinador.
Durante o evento ‘Aspire4Sport in Doha’, ocorrido recentemente no Qatar, Leonardo conversou com o presidente do FC Barcelona, Sandro Rosseli, que explicou como acontece a captação dos jogadores para a base do clube. “Possuímos uma rede de observadores que analisam o potencial dos jogadores. Aqueles que podem fazer parte do clube são contatados e a eles são oferecidos diferenciais que não são financeiros, mas sim estruturais para o jogador e sua família”, lembra.
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