Os profissionais da área consideram que a combinação entre talento e organização tende a levar ao sucesso, à certeza da obtenção de resultados expressivos, desde que organização seja entendida como a sinergia entre trabalho em equipe, liderança e planejamento.
De acordo com Vieira (2007), o profissional brasileiro esperado no Brasil é muito semelhante ao que já é encontrado em atividade em nosso país, citando assim diversas referências, que identificam estas competências necessárias que buscamos neste estudo, e apresentamos a seguir:
Vieira (2007) afirma que algumas escolas formam o educador físico conhecedor do esporte em todas as suas vertentes. Ou seja, munindo-se destes conhecimentos, o profissional torna-se apto a lidar com qualquer tema relacionado ao esporte e entender as atividades do negócio.
Para o Dr. Eduardo Viana, segundo trecho citado por Zouain e Pimenta (2003) o gestor esportivo que tentar ingressar neste mercado sem conhecimento de esportes, ou mesmo sem ter vivenciado o ambiente, sofrerá a mais dura restrição, ou de acordo com suas palavras: "o novo profissional sofrerá dura resistência para ingressar no mercado, desde que já tenha algum vínculo com o ambiente esportivo, pois aquele que não o possui, não sofrerá resistências, na verdade, será repelido". (p. 23)
A arte de negociar
A habilidade em negociação é uma importante e necessária competência para o gestor atingir seus objetivos, tomando decisões racionais eficazes no seu negócio. Segundo Vieira (2007), a negociação racional não nasce com a pessoa, mas faz parte de um processo de aprendizagem que ocorre em sua formação moral e acadêmica.
O educador físico deve procurar adaptar o poder de negociação das aulas em colégios, dos treinos implantados, dos objetivos a serem alcançados, seria praticar sua função de gerenciar negócios. Transpor esse negociar diário junto com o aprendizado das particularidades do conhecimento em negócios, pode ser uma boa estratégia futura. (VIEIRA, 2007, pg. 9).
Zouain e Pimenta (2003) também enfatizam a importância da comunicação deste gestor, registrando que é a habilidade para interagir a redação e o discurso de forma clara, concisa e de maneira a se alcançar um objetivo. A promoção de eventos esportivos é uma função que exige alto nível de comunicação, por exemplo, juntamente com seu poder de negociar.
Planejamento estratégico
O planejar consiste na antecipação e organização de ações futuras. Quando falamos de planejamento estratégico, falamos de um processo gerencial que diz respeito à formulação de objetivos para a seleção de programas de ação execução.
Segundo Vieira (2007) deve-se respeitar premissas a fim de que o processo tenha coerência e sustentação. O profissional de educação física planeja as suas intervenções e propõem objetivos a serem alcançados, controlando se os resultados parciais desses objetivos estão sendo alcançados, fazendo os ajustes necessários. Sendo assim, ele está propício a adaptar as suas relações de planejamento para a capacitação do gestor.
O ato de planejar é decidir antecipadamente o que se pretende fazer, antes da efetivação do trabalho, enxergando de forma clara o futuro, prevendo cada ação necessária, os meios envolvidos com o tempo de execução, para conseguir atingir os objetivos com sucesso (REZENDE, 2000).
Ou seja, o planejamento estratégico trata-se do ato de saber identificar oportunidades futuras e possíveis ameaças, para si e para o cliente.
Tomada de decisão
O processo de tomada de decisão, de acordo com Vieira (2007) resume-se em pensar na escolha mais coerente que irá proporcionar um retorno satisfatório à organização. Para isto, o indivíduo necessita obter informações completas sobre o problema, realizar análise das possibilidades da situação e criar critérios que sirvam como parâmetro durante o processo de tomada de decisão, a fim de se obter saldo favorável à organização.
O processo decisório pode ser desenvolvido no educador, na medida em que a criatividade permeia suas ações. As etapas podem ser aprendidas e treinadas em qualquer indivíduo que tenha que lidar com solução de problemas.
A complexidade das relações humanas no sistema gestor e sua implicação na tomada de decisões, fator este primordial da gerência, segundo Feustel (2004) torna a gestão uma arte. A menor decisão que é tomada, ainda que a nível individual, de grupo ou de instituição, afeta a qualidade de vida, obedecendo ao que se pode chamar de elementos de gerenciamento.
Aprender a conviver com reclamações e críticas
Os seres humanos, por si próprios, são por muitas vezes exigentes, até demais com ocorrências de seu dia a dia, porém temos que aprender a lidar com as reclamações e críticas que surgem dentro da organização. Muitas atitudes, apesar de bem fundamentadas, não irão agradar a todos, então o gestor esportivo deve saber conviver com as freqüentes barreiras e críticas de seu trabalho e/ou atitudes (VIEIRA, 2007).
Porém a maior crítica que deve ser vista com muita atenção é a que vem do consumidor de seus serviços. Conforme registros de Vieira (2007) o gestor deve sempre buscar atender sua clientela, ou seja, na medida do possível, o cliente "sempre tem razão". Saber lidar com as reclamações é uma das competências mais exigidas no mundo dos negócios.
Conhecimentos legais e jurídicos básicos
Vieira (2007) destaca que todo profissional deve conhecer a legislação que o cerca, a autonomia de exercer a profissão necessita disso. O conhecimento sobre a legislação especifica para empresas deve ser adquirido pelo educador físico, já que ele tem conhecimento sobre as leis esportivas e de incentivo fiscal, que o ajudará na próxima competência.
É de extrema importância para qualquer profissional ter conhecimento básico das leis e normas pertinentes à sua área de atuação, para a própria segurança de seus clientes e de sua organização.
Captação de recursos
O profissional de educação física deve ter conhecimento do produto com que está trabalhando, assim como o público que o atinge. De acordo com Vieira (2007) para o profissional captar os recursos e deixar o financiador do projeto seguro das atividades físicas que serão aplicadas, o profissional tem que transmitir segurança e possuir técnicas para apresentação dos projetos, além de caminhar de acordo com as exigências de seu negociador.
Estas técnicas para o profissional de educação física ficam mais fáceis, pois no decorrer do curso terão a possibilidade de se comunicar em público, faltando apenas algumas técnicas específicas que serão adquiridas com o passar de sua graduação.
Atenção em motivar seus subordinados e funcionários
A competência em questão é realizada pelo educador físico com facilidade, pois, diariamente seus funcionários são motivados a estarem fazendo o que lhes foi proposto, estimulando-os a melhorar em determinados momentos. Ou seja, a motivação começa a partir do estimulo que lhe é passado através de seu gestor.
Segundo Zouain e Pimenta (2003) as organizações precisam de gestores que estejam preparados a ajudar seus proprietários e/ou dirigentes e sua equipe principal (times) a formular e alcançar suas metas e objetivos.
Essa competência é tão evidente nos educadores físicos que é comum estes ministrarem palestras a demais indivíduos, por ser uma característica da profissão em si.
Supervisão de recursos humanos
Nos dias de hoje, separar a existência do ser humano do seu ambiente de trabalho é uma missão impossível. De um lado, o trabalho toma a maior parte do tempo da vida das pessoas, que dependem dele para sua subsistência e sucesso pessoal. Já as organizações dependem diretamente dessas mesmas pessoas para operarem, produzirem, atenderem seus clientes, prestarem serviços; enfim, dependem essencialmente das pessoas para funcionarem e assim obterem seu estimado lucro! (CHIAVENATO, 1999).
A Administração de Recursos Humanos, de acordo com Dessler (1998) citado por Chiavenatto (1999a), é a função administrativa devotada à aquisição, treinamento, avaliação e remuneração de empregados. Todos os gerentes são, em certo sentido, gerentes de pessoas, porque todos estão envolvidos em atividades como recrutamento, entrevistas, seleção e treinamento.
Vieira (2007) afirma que uma das funções mais difíceis é a supervisão de recursos humanos, a de saber delegar e cobrar funções, pois engloba uma gama de competências, como a liderança, por exemplo, onde cada um tem a sua função e depende do outro para a conquista dos objetivos do grupo.
Ferreira, Reis e Pereira (1997) apud Feustel (2004) deixam clara a posição de liderança que se refere à qualidade de conduta das pessoas, guiando as suas atividades em esforço organizado. A liderança depende do indivíduo, de seus seguidores e das condições em que ocorre. Estas características de líder pressupõem o entendimento da organização, o corpo humano que a compõem e suas inter-relações de forma a poder estimular ações coordenadas.
Ou seja, o profissional deve conhecer as problemáticas de liderança e seus componentes de conhecimento, da autoridade, da motivação, da confiança e da incerteza. Deve ser capaz de construir e interagir equipes de trabalho e compreender a dinâmica de grupo.
Fonte: Educacao Fisica