sábado, 17 de maio de 2014

CALENDÁRIO

PERÍODO DE PRÉ TEMPORADA ADEQUADO
Para destacar a importância de uma pré-temporada bem feita, foram utilizadas pesquisas realizadas na área de medicina do esporte e, mais especificamente, da fisiologia. Estes estudos indicam que quando o período (estimado entre 4 e 6 semanas) de preparação
básica da equipe não é respeitado, compromete-se a construção de uma base fisiológica sólida e aquisição das reservas energéticas que permitirão aos atletas sustentar, em alto nível, todas as exigências de uma temporada longa e intensa. 
O curto período de preparação não possibilita, entre outros quesitos, corrigir determinados desequilíbrios funcionais e neuromusculares dos jogadores, acumulados em temporadas anteriores ou advindos do próprio período de férias. Dependendo das características
individuais dos atletas, estes desequilíbrios poderão ser maiores ou menores, mas muito provavelmente em boa parte, eles searrastarão para toda a carreira do futebolista, trazendo malefícios e sequelas, pouco ou nada consideradas quando se organiza os calendários.
O quadro comparativo entre os calendários europeu e brasileiro apresentado abaixo é também esclarecedor, quando observadas as diferenças de dias entre o último jogo da temporada anterior e o primeiro jogo da próxima temporada. (*)
Esta realidade deixa evidente que, em um ambiente onde as exigências de performance são enormes, é praticamente impossível manter-­‐se altos níveis de rendimento (dos atletas e das equipes brasileiras) durante toda a temporada.
A longo prazo os prejuízos acumulados são igualmente nefastos, afetando também o nível dos jogos, tornando-­‐os menos atraentes, com jogadores mais cansados, e claro, carreiras atléticas de alto nível competitivo encurtadas.
Confira abaixo a média de jogos, nos últimos cinco anos, entre algumas das principais equipes brasileiras comparada com a média de algumas das principais equipes europeias:
Portanto, não é difícil concluir que o calendário atual do futebol brasileiro não possibilita um período básico de pré-­‐temporada e, consequentemente, inibe os processos que poderiam levar o futebol ao seu melhor desenvolvimento técnico, tático, mercadológico e econômico.
MÁXIMO DE 7 JOGOS A CADA PERÍODO DE 30 DIAS 
Quando se planeja um calendário é preciso considerar que, além da adequação aos intervalos entre um jogo e outro, é necessário levar em conta as longas viagens associadas à sequência cumulativa de jogos que dificultam a recuperação completa dos jogadores, tanto nos aspectos fisiológicos quanto nos psicológicos e emocionais. 
Em se tratando do Brasil, os responsáveis e organizadores do futebol e seus calendários devem considerar que, por questões geográficas, associadas a variáveis logísticas de viagens, clima e qualidade dos gramados, o
desgaste sofrido por um jogador é ainda maior do que aquele normalmente considerado como “padrão”. É preciso preservar a integridade física e, de forma mais ampla, a saúde dos atletas. Por isso, é necessário pensar em todos
os problemas e dificuldades que enfrenta o futebol brasileiro hoje em dia e, de forma sustentável, buscar as soluções em conjunto, com todos aqueles que possuem real interesse em preservar e desenvolver  o futebol.
Utilizando um exemplo atual: o São Paulo F.C. deverá terminar a temporada de 2013 com 79 jogos oficiais disputados. Caso realizasse uma temporada onde conseguisse todas as classificações, chegaria à absurda marca de 87 jogos. 
 A título de ilustração, o quadro abaixo demonstra algumas das consequências que o atual calendário brasileiro impõe aos atletas, com prejuízos para as suas equipes e ao futebol de forma geral.
Todas estas consequências que impactam nos atletas estão interligadas, provocando uma diminuição geral do rendimento esportivo. Por isso, é preciso ficar claro que a desgastante sequência de partidas às quartas e aos domingos gera, inevitavelmente, uma queda drástica na qualidade do jogo e do espetáculo como um todo.  
Os quadros abaixo demonstram a quantidade do número de semanas com dois jogos dos clubes brasileiros e europeus, e deixa evidente a desgastante sequência de semanas seguidas (13) em que jogam às quartas e aos domingos, os clubes brasileiros.
Utilizando-­‐se das 13 semanas consecutivas com jogos aos meios de semana e aos domingos (demonstrado acima) e considerando uma programação padrão (quadro abaixo) de um grande clube brasileiro exposto a dois jogos por semana, nota-se que, atualmente, sequer a Lei é respeitada. O artigo 28, parágrafo 4º, inciso IV, da Lei 9.615/98, com as alterações introduzidas pela Lei 12.395/11 é taxativo ao afirmar que o atleta tem direito a: "repouso semanal remunerado de 24 (vinte e quatro)
horas ininterruptas, preferentemente em diasubsequente à participação do atleta na partida, prova ou equivalente, quando realizada no final de semana". Nota-­‐se que, após a realização de uma partida, é garantido ao atleta o direito de 24 horas ininterruptas
de repouso, o que não ocorre no Brasil.
A média dos últimos três anos do número de folgas completas (24 horas ininterruptas) obtidas por atletas de uma grande equipe brasileira de alta performance no país chega a ser assustadora quando comparada ao trabalhador brasileiro. A quantidade média de folgas dos brasileiros é de 100 dias por ano, enquanto a dos atletas é de 21 dias, conforme o quadro abaixo:
É claro que a profissão de jogador profissional de futebol é cheia de particularidades e especificidades e o objetivo do Bom Senso F.C. não é exigir as mesmas 100 folgas anuais de um trabalhador comum, mas é indiscutível que um atleta profissional,
de qualquer modalidade, não conseguirá se manter no alto rendimento durante toda a temporada se obtiver o descanso de somente 21 dias ao ano.
PRESSUPOSTOS PARA UM NOVO CALENDÁRIO
Necessidade de equilíbrio na quantidade de jogos que preserve, ao mais alto grau possível, a integridade física dos atletas e permita que, com pré-­‐temporadas racionais, treinamentos adequados, período de férias suficiente, entre outros cuidados, os atletas possam jogar na plenitude de suas potencialidades ou possibilidades.
  • Necessidade de se buscar condições efetivas para que a grande maioria dos clubes, principalmente os de médio e pequeno portes, possa jogar durante toda a temporada, permitindo que os jogadores consigam exercer a sua profissão de forma
    digna e, ao mesmo tempo atraente ao público, sustentando estrategicamente a base que fornece jogadores para o mais alto escalão de rendimento.
  • Necessidade de se respeitar as datas FIFA para que não haja jogos de competições estaduais ou nacionais durante esses períodos.
UMA ANÁLISE CRÍTICA SOBRE O CALENDÁRIO ATUAL
Conforme demonstrado no quadro abaixo, dos 641 clubes brasileiros que disputam as primeiras, segundas, terceiras e quartas divisões estaduais, apenas 15,8% possuem um calendário que os mantenham em atividade durante o ano inteiro).
*88 clubes brasileiros disputam Copas Estaduais, sendo que: em São Paulo a Copa vai de julho a novembro e conta com 27 clubes; o Rio de Janeiro a Copa vai de setembro a novembro e conta com 25 clubes; no Rio Grande do Sul a Copa
vai de agosto a outubro e conta com 32 clubes, em Santa Catarina a Copa vai de outubro a dezembro e conta com 12 clubes e na Bahia a Copa vai de setembro a novembro e conta com 8 clubes. Se considerarmos as Copas Estaduais como
 complemento de calendário, ainda teremos 452 times, ou 70% dos clubesprofissionais, sem um calendário que os mantenha em atividade o ano todo.
Guardadas as devidas proporções destes dois distintos níveis de prática do futebol profissional, em ambos os casos há um incontestável comprometimento no equilíbrio de participação de todos os clubes (uns com muitos e excessivos jogos e
outros com poucos e desinteressantes jogos). Para que se abrace todos os níveis de atuação e participação do futebol brasileiro, e democratize sua prática, se fomente sua importância como patrimonio sócio-­‐educacional e cultural,
deve-­‐se entender que apenas alguns no país buscarão e desenvolverão o alto rendimento, fundamental para que o Brasil, país pentacampeão do mundo, volte a ter um lugar de destaque no cenário mundial. Porém,
deve-­‐ se construir alicerces sólidos e estratégias inteligentes que não impeçam ou excluam centenas de clubes do país do direito de disputar  e participar de competições que ofereçam condições de se conduzir o futebol profissional, de
forma digna e sustentável, aos quatro cantos do Brasil.
TODOS PERDEM COM O ATUAL CALENDÁRIO
  • Os clubes das principais divisões do Campeonato brasileiro não possuem tempo suficiente para a realização de uma pré-­‐temporada adequada, necessária a uma melhor preparação de suas equipes na busca do alto rendimento. Por acumular sequências de jogos às quartas e aos domingos, de janeiro a dezembro, alguns clubes iniciam as competições estaduais com times mistos, priorizam as competições sul-­‐americanas
    e nacionais e acabam por se desinteressar dos torneios regionais.
  • Os atletas dos grandes clubes sofrem com o calendário atual, em primeiro lugar pelo desgaste físico devido a quantidade elevada de jogos. Além disso, a maratona de partidas seguidas causa um desgaste psicológico e emocional pois não há
    uma pausa adequada onde os atletas consigam  se desligar, descansar e dedicar tempo à família e ao lazer. Esse fator, prioritariamente, compromete a qualidade do espetáculo durante toda a temporada, prejudica a saúde física e compromete
    a longevidade do atleta.
  • Esses fatores citados acima acabam por influenciar, de forma significativa, não só na queda do rendimento individual e coletivo da equipe, mas também, no trabalho efetuado pelas comissões técnicas que, ao invés de servir para o aprimoramento
    e o desenvolvimento do jogo em si, serve apenas para recuperar e descansar seus atletas.
  • Como se não bastasse, essas equipes são frequentemente desfalcadas e penalizadas por um número elevado de jogadores contundidos ou lesionados, prejudicando o espetáculo e o nível técnico dos jogos. Além disso, esse alto risco de lesões
    ocasionado pelo calendário atual faz com que os clubes tenham que contar com um elenco numeroso, entre 30 e 40 atletas, para aguentar a quantidade desgastante de jogos. Desta forma eleva-­‐se também o custo fixo da folha salarial e
    aumenta-­‐se o  risco de inadimplência, prejudicando o futebol de forma generalizada.
  • Os clubes menores também são prejudicados pelo atual calendário, que tem se mostrado ineficaz na tentativa de atingir seu objetivo de levar os clubes do interior à sua autosuficiência financeira e esportiva. Enfrentar os clubes grandes quatro vezes
    por ano, como acontece, por exemplo,no Estado de São Paulo  e do Rio de Janeiro, não é suficiente para que os times do interior sobrevivam de formae fetiva e benéfica para o esporte do país. Pelo contrário, ao jogarem um futebol de forma sazonal,
    esses clubes não conseguirão apresentar um futebol de alto nível, muito menos desenvolver um trabalho importante para a sustentação da base da pirâmide que  deveria fornecer atletas para topo. Somente um novo formato de  trabalho que implique
    em um calendário que contenha jogos durante todo o ano possibilitará o desenvolvimento do futebol nessas cidades e regiões
  • Os atletas dos times do interior ficam, no formato atual, expostos a contratos de  trabalho de três meses e, corriqueiramente, ao final dos campeonatos estaduais,  sofrem com a falta, ou o atraso, de pagamento (problema recorrente). Pior ainda, 
    esses jogadores sofrem com o desemprego que pode durar todo o restante da temporada.
  • A TV, os patrocinadores e os torcedores também são lesados pelo sistema vigente, já que algumas equipes jogam as primeiras rodadas dos estaduais com mistos para minimizar o curto período de preparação oferecido pelo calendário,
    tornando o campeonato estadual ainda menos vistoso aos olhos do público. Alguns times também iniciam a competição nacional com seus times mistos privilegiando as competições sul-americanas e enfraquecendo o Campeonato Brasileiro.
    Historicamente a equipe que vence a Copa Libertadores não briga pelo título brasileiro, assim como quem está nas fases finais da Copa Sul Americana também privilegia tal competição e torna o  Brasileirão menos competitivo.

sábado, 22 de março de 2014

O TREINADOR PRECISA NECESSÁRIAMENTE SER UM GESTOR ?

     






Para ser um grande treinador, o profissional precisa necessariamente ser um Gestor?


Através dos anos, este tem sido um dos grandes debates em alguns países e Clubes do Mundo. Estaria o Treinador preparado para assumir o papel de Manager e preparado através de uma formação técnica e específica?
Teoria e prática se completam em todas as áreas, mas no Esporte isso tem sido fator de Sucesso devido, principalmente a preparação para assumir um dos cargos de maior importância do Esporte.
     O Treinador é um dos grandes responsáveis pela formação de um grupo de jogadores, que através dos resultados obtidos em campo, pode, em alguns casos fazer com que um Clube aumente suas receitas.
Os Clubes de futebol hoje tem sido como um prédio com duas entradas: Financeira e Desportiva. O fundamental é determinar como será o elo de ligação entre estes dois departamentos.
     Na Inglaterra por exemplo, foi onde surgiu inicialmente a função de Treinador/ Manager, onde o mesmo negocia diretamente com empresários contratações  de jogadores para o Clube e gerencia o Budget que o Clube coloca a seu dispor, além também de responder perante imprensa e torcida sobre a contestação de venda ou aquisição de um determinado jogador.

     O treinador precisa estar alinhado ao Clube e ao mesmo tempo saber se expressar perante imprensa e torcedores.
     Acredito que mesmo tendo modelos de sucesso como Alex Ferguson no Manchester United e Arsene Wenger no Arsenal na Inglaterra , o futebol brasileiro ainda está longe de ter uma formação de treinadores de futebol de qualidade. Ainda existem treinadores, que hoje trabalham em categorias de base no Brasil, executando treinamentos simplesmente porque fizeram a 10 anos atrás e deram certos naquela época.
     O futebol brasileiro, necessita de uma melhor formação também de treinadores, pois além dele ter um conhecimento global (Logística, Registro,Jurídica,etc..),precisa ter um conhecimento técnico–específico, pois devido a ele ser o Gestor do grupo de trabalho(preparadores físicos, treinadores de goleiro, fisioterapeutas, fisiologistas, analistas de desempenho, etc..), ele precisa gerir o grupo de jogadores. Um processo que exige conhecimento de : recrutamento ( para captar jogadores), avaliação de desempenho (para analisar seus jogadores e seu time), entender de gestão financeira (para analisar futuras contratações) e principalmente saber trabalhar em equipe( pois será o responsável em integrar todos os setores e departamentos em prol do desempenho da equipe).

      José Mourinho, treinador de futebol disse em 28 de Dezembro de 2012 em uma de suas entrevistas coletivas: “É preciso ser um verdadeiro líder para se ter êxito no futebol”.
      Essa é uma das frases que ilustra, o papel de um treinador de futebol e que demonstra que para ser um grande líder o profissional deve estar preparado para desempenhar sua função tanto dentro, quanto fora das quarto linhas.
    Liderança, conhecimento científico e técnico são principais qualidades de um grande treinador . Mas com certeza ainda temos treinadores que precisam melhorar muito seu conhecimento científico.
Falo isso, porque o treinador brasileiro ainda precisa entender melhor a Importância Científica para coordenar e dirigir as atividades de uma equipe de futebol, pois muitos ainda não são capazes de realizar uma reunião de trabalho para, falar além de parte técnica , trocar informações com relação a Macro ciclo, Meso ciclo, Micro ciclo, Curva de esforço, entre outras coisa mais que fazem parte de um planejamento estratégico de um time de futebol.
      A parte científica do Esporte, tem sido uma das áreas de maior estudo e crescimento nos Clubes de Futebol.
       Foi detectado que passamos por um período em que a “Ciência Normal”, não traz descobertas e não avança metodologicamente, apesar da produção científica aumentar consideravelmente (Khun,2003).
      Futebol é ciência ! O modelo de treino e de jogo vem mudando a cada ano e com isso o treinador tem que estar atualizado e totalmente preparado para lidar com tais mudanças.  É preciso e necessário que o atual treinador esteja constantemente participando de intercâmbios com profissionais de outras nacionalidades, de outros países e de culturas diferentes para poder aprimorar seu conhecimento.
       Mesmo assim, ainda acredito que estamos distantes no que diz respeito a capacitação técnica e científica de um treinador para coordenar e dirigir atividades de uma equipe .
        Existe falta de apoio e incentivo, principalmente das Federações e Confederações para serem realizadas pesquisas científicas no Esporte Brasileiro.
       Segundo dados da CAPES, no período de 2005 a 2009 o Brasil foi apenas o número 47 no ranking de países com mais citações de seus trabalhos científicos.
        Assim sendo, grande parte dos estudos realizados no Brasil não são citados nas discussões de trabalhos subsequentes da área.
       Ainda falando sobre a importância Cientifica, ainda não existem no Brasil , Centros de Excelência em Treinamento Esportivo. Existem apenas alguns Centros especificamente apenas voltados para determinados esportes, mas mesmo assim ainda não possuem análises completas de Biomecânica, Fisiologia ,Cineantopometria e Laboratoriais.

       Fazendo uma comparação entre Brasil e Europa na formação de treinadores. Vamos a alguns Exemplos :

         BRASIL :

1-    Sindicatos e Associações dos Treinadores de Futebol proporcionam cursos de 15 dias em que a pessoa passa a estar apta a dirigir um Clube Profissional, mesmo com o Curso sendo de atualização em futebol.


2-    COMEBOL ( Confederação Sul Americana de Futebol ) não possui Cursos de Certificação para o Treinador, sendo que somente a C.B.F. ( Confederação Brasileira de Futebol) realiza recentemente tais Cursos.


3-    Não existe pré requisito para ser treinador de futebol em times profissionais. Inclusive já tivemos Jornalista, Políticos e Jogadores em atividade no comando de alguns Clubes no que diz respeito a parte técnica.


EUROPA e ÁSIA :
    
1-    Credenciam um treinador a dirigir um Time Profissional somente depois de Cursos que duram em media 4.686 horas ( uma média de 4 anos de estudo entre prática e teoria)

2-    Realizam frequentemente Convenções Internacionais dos Treinadores das Federações Associadas com o objetivo de troca de conhecimentos técnicos para melhora da qualidade de formação do treinador.


3-     Existência do Programa Kiss (Knowledge and Information Sharing Scenário) que é um programa que incentiva as federações a aumentar o profissionalismo com programa de qualificação e melhorar a performance se baseando também na troca de conhecimento e networking.

Conforme podemos verificar as diferenças na formação de nossos treinadores e o porque o futebol brasileiro vem perdendo em qualidade ao longo dos últimos anos.
Pelo fato do Brasil ser um País com dimensões grandes, um sistema de formação único poderia ter um certo tempo para ser colocado em prática, mas deveria começar o mais breve possível através das Federações, Confederação Brasileira de Futebol e CONMEBOL, primeiramente através de uma formação de instrutores e depois sim, formação de treinadores sendo feita sob a Coordenação da CONMEBOL e C.B.F. diretamente nos Estados.
        Para se ter uma ideia, a Espanha que  é um país de dimensões menores que o Brasil só em 2010/2011 teve 53.043 treinadores licenciados para trabalhar no futebol da Escolinha ao Profissional, segundo a própria UEFA.

Portanto, se hoje temos diversos excelentes jogadores, somos o maior exportador de jogadores de futebol para o mundo, somos o único país a participar de todas as Copas do Mundo e o único país cinco vezes Campeão do Mundo com uma formação de treinadores que ainda tem que melhorar muito. Imaginem com uma Estrutura de formação de qualidade, incentivo das Federações e Confederações e Incentivo do Poder Público ?
        Talvez seríamos um dos países com maior índice em desenvolvimento esportivo e resultados marcantes em competições internacionais, tais como Jogos Sul Americanos, Olimpíadas e Mundiais , não só no que diz respeito ao futebol , mas também no que diz respeito aos mais diversos esportes.
        Como bons treinadores, virão melhores formadores. Com melhores formadores virão melhores atletas, fazendo do esporte brasileiro uma das maiores potencias esportivas do mundo pelo simples fato de um maior investimento na carreira de nossos treinadores.
        Assim sendo, acredito que o modelo de um treinador completo e preparado seria o que tem conhecimentos técnicos para desempenhar sua função dentro de campo no que diz respeito ao plano de jogo. Conhecimento Científico para saber aplicar em conjunto com os demais integrantes da Comissão técnica, os métodos e tipos de treinamento adequados para aquele tipo de Clube e características de jogadores. E principalmente conhecimento de Gestão, para que possa alinhado a estrutura da Organização, saber dividir grandes desafios em pequenas ações, motivar, liderar, saber resolver conflitos funcionais e disfuncionais, saber negociar, avaliar e fazer com que todos saibam trabalhar em equipe para o bem do Clube ou Federação.
     Na realidade o treinador já é um Manager, pois ele é o responsável em gerir um grupo de pessoas com objetivos em comum, através do Planejamento de suas ações.
      Existe uma frase de um dos maiores treinadores que a Seleção Brasileira de Vôlei já teve, que exprime exatamente isso :

     “É importante ter metas, mas também é fundamental planejar cuidadosamente cada passo para atingí-las” – Bernardo Resende de Freitas ( Bernardinho)