terça-feira, 21 de abril de 2009

SUCESSO DO 4 3 3 DO SANTOS



Venho comentar um assunto que tenho observado.


O futebol esta mudando e com isso novos treinadores tem aparecido no cenario nacional e internacional. Mas principalmente conquistando seu espaco.


Aproveito para falar do excelente trabalho de Wagner Mancini, que pegou um time em pedacos que era o Santos antes da Era Mancini.


O que pude notar? O Santos e um time que marca com a bola. Sim isso mesmo!


A equipe do Mancini joga no 4 3 3 , investindo na intensa movimentacao de 3 jogadores : Madson, Neymar e Paulo Henrique.


Os dois primeiros atuam no ataque, trocando de lado e procurando diagonais ou a linha de fundo. Ja o terceiro e o organizador da equipe,com passes de primeira , aproximacao para tabelas e boa visao de jogo.


Qual o melhor sistema de marcação? Por zona, individual, meia pressão, pressão, pressão alta ou misto? Se me permitem, eu arrisco a resposta. Nenhum destes. O melhor sistema de marcação é manter a posse de bola. É assim que joga o Santos de Vágner Mancini.

O Santos é um dos poucos - talvez o único - grande clube brasileiro atuando no 4-3-3 hoje. E ao contrário do que os comentaristas pobres de recursos dizem, não é faceiro, nem irresponsável. Assisti na vitória de 2 a 1 sobre o Palmeiras fora de casa a um Santos organizado, disciplinado, forte na defesa e absolutamente imprevisível no ataque.

Vágner Mancini conta com dois atacantes de muita movimentação, velocidade e habilidade - Neymar e Madson - que jogam abertos pelos lados, e trocam constantemente de posição. Com isso, ora o destro Neymar busca a linha de fundo na direita, ou a diagonal na esquerda, ora o canhoto Madson faz o mesmo - linha de fundo na esquerda, diagonal na direita.

Ambos são abastecidos pelo talentoso meia Paulo Henrique, que joga centralizado uma linha atrás da dupla de atacantes, aproximando-se daquele que estiver com a bola para tabelas curtas e passes de primeira. O ataque é completado pelo centroavante Kléber Pereira, que participa das jogadas recuando para fazer o pivô, tabelar e girar. Eles - Neymar, Madson, P.Henrique e Kléber - formam na verdade um quarteto ofensivo.

Os laterais também apoiam. Luizinho sobe na direita, e Triguinho faz o mesmo na esquerda. Assim, o Santos sempre se apresenta com três jogadores em cada lado: Madson ou Neymar, Paulo Henrique e o lateral do setor. O primeiro volante cobre a direita, o segundo volante cobre a esquerda - e ambos se adiantam para pegar a segunda bola. Kléber Pereira e o outro atacante entram na área. O lateral do lado inverso fecha para compôr o meio-campo.

É desta forma que o Santos marca o adversário: jogando. Como eu repito insistentemente, time que tem a posse de bola sofre gol apenas se chutar contra o próprio goleiro. Com movimentação intensa, aproximações e diversas alternativas - três atacantes, um meia, dois volantes e dois laterais - o Santos varia as jogadas, troca passes e sempre conta com alguma opção diferente, enlouquecendo a marcação adversária.

Antes que algum comentarista que acha o 4-3-3 "faceiro" tenha um enfarto, sem a bola o Santos marca sim. E marca muito. A exemplo do Chelsea, que encaixa seus atacantes no lateral adversário, os atacantes do Santos voltam até onde for preciso para auxiliar no combate. Afinal, jogador de futebol que "não marca", como dizem por aí, precisa trocar de profissão. Madson e Neymar bloqueiam os lados, liberando os laterais para a cobertura. Os volantes recebem o apoio do meia à frente da área, guarnecidos pelos zagueiros. E até mesmo Kléber Pereira retorna. Todos prontos para disparar no contra-ataque.

Mas um dos principais legados para reflexão deste 4-3-3 do Santos é o sistema de marcação - agora me refiro à escolha sem a bola, não à valorização da posse. O Santos marca por setor. Não há combate individual. Assim o time não se abre. Vejamos: Neymar e Madson fecham os lados, alinhados com Paulo Henrique. Os volantes cobrem os laterais, quando há apoio, ou fecham a frente da área. Os laterais fecham o meio quando o lado atacado é o inverso. Saiu do meu setor? Agora é com o companheiro. Comparemos com o 3-5-2, pegando o exemplo do Grêmio de Celso Roth, que está fresco na nossa memória.

No 3-5-2, a marcação escolhida no Brasil é a individual, ou por função. Ala pega ala (ou o lateral), meias pegam volantes, volantes pegam meias, e zagueiros pegam atacantes. E dessa forma, o que acontece? O time fica refém do rival, e acaba facilmente se abrindo. Exemplos: no último Gre-Nal, Tcheco marcou Magrão, e Adilson pegou Guiñazu. Réver ficou em Andrezinho, Léo em Taison e Thiego em Nilmar. Souza encaixou em Kléber e Fábio Santos em Bolívar. A sobra não pega ninguém, só faz cobertura.

Resultado: quando Magrão e Guiñazu passavam pelos lados, levavam junto Tcheco e Adilson, abrindo a frente da área gremista e aumentando o campo entre meias e atacantes do adversário, o que dificultou a retomada em velocidade e matou os contra-ataques. Sem o apoio dos laterais colorados, Souza e Fábio Santos precisaram fazer o encaixe lá em cima, abrindo uma avenida às costas, de onde Taison partia com muito campo para cima de Léo - sem cobertura, pois Réver cuidava de Andrezinho. O Grêmio armou uma armadilha para ele mesmo, prendendo seus jogadores e abrindo espaços para o Inter jogar.

No 4-3-3, o Santos marca jogando, trocando passes, alternando jogadas e atacando; e também marca sem a bola, compactando a equipe e combatendo o adversário por setor. É claro que Vágner Mancini conta com um grupo apropriado para isto - é preciso jogadores com velocidade e comprometimento, como fazem Madson e Neymar. Mas esta é sua maior virtude: aplicar na equipe um sistema tático e uma estratégia adequados às características do elenco.

Ao contrario do que muitos imaginam, estamos no mundo arabe, mas atualizadissimos com relacao ao futebol .

Ate a proxima!!

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